Brasil 500 anos
Divisão de Bibliotecas e Documentação
PUC-RIO
 
A Exposição

Há descobrimentos que produzem outros descobrimentos, coisa bastante comum em comemorações de grandes eventos históricos. As comemorações, nesses casos, levam instituições de cultura - e de memória! - como arquivos e bibliotecas, a se voltarem para os seus próprios acervos documentais ou bibliográficos e, não raro, documentos e obras raras, não conhecidos do grande público, são como (re)descobertos.

As origens desta Exposição estão na motivação de compartilhar com todos, em meio às comemorações dos 500 anos, os tesouros que existem na Divisão de Bibliotecas e Documentação da PUC-RIO, possibilitando um outro "descobrimento": o de um elenco expressivo de obras raras relacionadas ao Descobrimento cabralino. Fazem parte deste elenco algumas crônicas escritas no Século XVI por cronistas viajantes portugueses, espanhóis, italianos, franceses. Além dos cronistas, há também primeiras edições de historiadores consagrados do Século XIX.

Se a crônica é a narrativa de acontecimentos por quem os presenciou, ou deles ouviu falar por quem os havia visto, esta exposição oferece-nos algumas das crônicas fundamentais do período colonial brasileiro: a História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gandavo (1576), a História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627), e a História da América Portuguesa, de Sebastião da Rocha Pita (1727). Acrescente-se-lhes, ainda, o Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco Pereira; o Diário da Navegação da armada que foi à terra do Brasil em 1530..., escrito por Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Souza, cujo manuscrito foi descoberto e publicado por Varnhagen, em Lisboa, em 1839.

Não se esgota ai, no entanto, a riqueza documental e bibliográfica. Temos os documentos do Archivo Nacional da Torre do Tombo, publicados em 1892, onde se incluem o Tratado de Tordesilhas, a Carta de Pero Vaz de Caminha e a Carta do Bacharel Mestre João. Temos também algumas edições valiosas das Décadas da Ásia, de João de Barros, das Lendas da Índia, de Gaspar Corrêa, e da História do Descobrimento e Conquista da Índia..., de Fernão Lopes de Castanheda.

Mas aqui estão também crônicas de autores não-lusitanos as quais, apesar de importantes, são bem menos conhecidas entre nós, especialmente os de cronistas italianos com textos do valor do de Orbe Novo, de Pietro Martire d'Anghiera (1511), e Delle Navigationi et Viaggi, de Giovanni Battista Ramusio (1554).

Bem, estas são somente algumas das crônicas aqui reunidas. Mas há também algumas edições raras dos historiadores do Século XIX, como Robert Southey (1810-1819), Varnhagen, o descobridor do jazigo de Pedro Alvares Cabral, em Santarém (1838), e autor da mais importante História Geral do Brasil publicada no Século XIX, e J. Capistrano de Abreu, cujo O Descobrimento do Brasil desfez os argumentos favoráveis à suposta anterioridade gaulesa no descobrimento do Brasil, alegações estas, aliás, presentes no livro de Paul Gaffarel - Histoire du Brésil Français au Seizième Siècle -, também incluído nesta mostra. Em suma, esta Apresentação não pretende se constituir em algo como uma descrição do que se contém nesta Exposição. São apenas alguns "flashes" que tentam iluminar as circunstâncias desta mostra e revelar as linhas mestras do seu desenho!

Prof. Dr. Francisco J. C. Falcon
Departamento de História
PUC-RIO


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